quarta-feira, 20 de junho de 2012

ciclo do Café

                                


No início do século XIX o café atingiu alto valor no mercado europeu. Aproveitando essa oportunidade, em 1830 já era o produto mais exportado pelo Brasil, desbancando o ouro e o açúcar.
A principal região produtora de café era o Vale do Paraíba e, Paraty era o porto mais próximo para embarcar o café com destino a Europa. Começava na vila um movimento nunca antes visto.
Mais de 20.000 animais passavam por ano carregados com sacas de café e outros produtos agrícolas para serem vendidos no Rio de Janeiro.
Renasceu o comércio, apareceram armazéns que compravam e/ou estocavam o café e que era inclusive plantado no município.
Nessa mesma época a economia paratiense foi beneficiada com a vinda da família real em 1808 para o Rio de Janeiro. Acompanhada de toda a nobreza de Portugal e acostumada com elevados índices de consumo, os produtos paratienses eram rapidamente vendidos na capital. Para atender essa demanda, havia uma navegação regular entre Paraty e o Rio de Janeiro feita por dez barcos a vela e um a vapor.
Com o fruto dessa atividade comercial, foi possível construir mais uma igreja - a de Nossa Senhora das Dores. Paralelo e pouco distante do Caminho do Ouro, abriu-se um novo caminho, todo calçado de pedra para que os tropeiros passassem com mais segurança. Em 1808 a população foi calculada em 6.128 habitantes.
Foi nesse período de crescimento que o calçamento das ruas da vila foi terminado. Em 1830 contava-se na vila mais de 400 casas, sendo 40 sobrados, e aproximadamente 10.000 habitantes, dos quais 3.500 eram escravos. Tão intenso estava o desenvolvimento da vila que em 1844 foi elevada com o título de cidade. Nas casas do centro predominavam a arquitetura de armazéns e lojas, com portas no lugar de janelas e, quando sobrado, o comércio era no térreo e a residência no andar superior.
Em 1850 contava-se mais de 150 alambiques em Paraty e 16.000 habitantes. Entretanto a riqueza ficava na mão de poucos. O relevo montanhoso e recortado por vários rios dividia naturalmente as propriedades rurais entre vários pequenos agricultores e/ou produtores de aguardente (no censo de 1920 Angra dos Reis possuía 15 propriedades rurais enquanto em Paraty havia 133). Os intermediários, com seus armazéns e barcos para vender a mercadoria no Rio de Janeiro, conseguiam impor os preços ao produtor garantindo assim boa margem de lucro.
Havia em Paraty, assim como em todo Brasil colonial, três classes de casa de negócios: comerciantes, negociantes e vendeiros.
A primeira delas era formada pelos proprietários de grandes capitais de giro, que compravam toda a produção das fazendas ou importavam diretamente os produtos da Europa, ficando com toda a carga dos navios que chegavam. Esses vendiam as negociantes que revendiam ao público final e aos vendeiros (proprietários de pequenas vendas nas áreas rurais).


O café entrou no Brasil pelas mãos de um português, o comerciante Melo Palheta, que plantou algumas mudas num fundo do quintal em Belém do Pará em 1727.
Dali o café percorreu todo o litoral brasileiro, sempre em pequenas plantações para uso da casa ou em vendas e quitandas.
Mas, um século depois, já havia grandes plantações no Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, de onde abraçou para São Paulo.
Escolhido pelos fazendeiros como produto de exportação nas terras do Sul, o cafeeiro mostrou que podia produzir muito mais e os mercados europeus pagavam muito bem pela bebida que se tornava moda.
Em Campinas, os cafeeiros encontraram as primeiras terras roxas e o resultado foi melhor ainda.
Em 1850, o café era o nosso primeiro produto de exportação. Os fazendeiros enriqueciam e abriam novas fazendas, compravam cada vez mais escravos para o trabalho na terra. Estimulava-se a vinda de todas as raças para o Brasil.
O café normalmente, levava 4 anos para a primeira colheita. No Norte do Paraná as primeiras colheitas confirmaram o "O Ouro Verde" que se tinha.
Mal começavam a plantar café no Norte velho do Paraná e os trilhos da estrada de ferro Sorocabana chegavam até Ourinhos fronteira com S. Paulo. Em 1924, Lord Lovat conhece as primeiras terras e fazendas do norte do Paraná e conclui que não haveria lugar melhor para o plantio do algodoais e cafezais.
Por isso a base econômica forte da época em Arapongas e região foi basicamente o Café.

Ciclo do Café
              Desenvolvimento do café
Fonte: www.planetaorganico.com.br

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